Há, na quietude da minha alma, qualquer coisa feita de tijolo-de-lágrima, infinitamente triste mas seguramente estável, distante do sopro da imprudência dessas coisas não pensadas, dessas paixões breves mas intensas que abalam, destroem e não voltam para erguer de novo.
Há em mim e no meu silêncio uma vontade de permanecer nas bordas do que me é próximo e conhecido, uma necessidade de seguir, em passo lento, tranquilo, vagamente marchado, em direção a um lugar preciso, sem olhar para trás - para não vacilar.
Mas hoje, por um momento, levantei-me, como disse, da minha forma de estar e cruzei-me comigo. Mas um comigo que não está em mim.
Havia na alma desse meu outro eu qualquer coisa de ardente e precipitado, qualquer coisa próxima do sol de Agosto que me fez retrair e sentar de novo na minha plácida existência, controlada e outonal.
Sim, hoje levantei-me momentaneamente dos lugares seguros e, devagar, voltei a sentar-me.
Emily Words,
texto escrito no workshop de escrita criativa inspirado no livro "Sensibilidade e Bom Senso" da (minha muito preciosa) Jane Austen.
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